Analfabetos funcionais nas universidades

Os jornais noticiaram neste dia (14.8.2011) a triste comprovação de que os universitários brasileiros estão lendo de 1 a 4 livros por ano e que 23,24% dos estudantes da Universidade Federal do Maranhão não lêem sequer um livro por ano.

É uma tristeza.

Se Castro Alves vivesse, estaria frustrado por constatar a inocuidade do seu grito poético mandando semear livros a mãos cheias.

Um estudante universitário que não lê é porque não tem curiosidade científica nem compromisso com sua futura profissão. É um analfabeto funcional.

Conheço pessoas com curso superior completo que não têm condições de ler um livro por falta de hábito, de concentração e de compreensão. É tautológico afirmar que se não lêem nunca compram um livro. Pior ainda: mesmo de graça não se interessam pela leitura.

Ao fazer uma enquete com uma turma de juízes recém-aprovados em concurso para ingresso na magistratura, fiquei chocado com a resposta de um deles ao dizer-me que o último livro que havia lido fora O cortiço, de Aluísio Azevedo, na época que estava estudando para o vestibular.

Se os universitários não estão lendo é porque está faltando estímulo para eles ou porque são mesmos indiferentes a tudo. Talvez essa conduta explique a letargia em que vive a classe estudantil, no Brasil, nos últimos anos, consumidos por um comodismo inexplicável, sem capacidade de indignação. Seria bom que lessem o  livrinho de Stéphanie Hessel (Indignai-vos!), um intelectual francês, de 93 anos, lançado recentemente na França e dedicado aos jovens. Já existe tradução no Brasil.

O Ministério da Educação deveria reagir a esses dados estatísticos com uma nova política educacional para tentar salvar o país da mediocridade intelectual que esses futuros profissionais irão representar.



Lourival Serejo

     Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
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