Em passeio recente que fiz a Londres, tive oportunidade de conhecer a Praça do Parlamento, dentre tantas maravilhas daquela capital do império britânico. Ali, me chamaram a atenção três estátuas eloquentes que encerram a mesma mensagem: a paz alcançada pela arte de liderar sem ódio.
Estavam presentes, naquele espaço, as imagens de Winston Churchill, Nelson Mandela e Mahatma Gandhi, três líderes que abalaram o mundo pela metodologia que adotaram para conseguir obter seus objetivos em defesa da paz.
Winston Churchill foi o grande artífice da derrota final dos nazistas na Segunda Guerra, com seu estilo bonachão, mas firme em suas estratégias de combate. Do seu charuto, saia a fumaça que tranquilizava os ingleses e o mundo, culminando com a grande vitória do Dia D.
As ações de Churchill em favor da paz não se encerraram com a guerra, foram além, marcadas pela sua contribuição para estruturar um mundo pós-conflito e pela criação das Nações Unidas.
Nelson Mandela foi um dos líderes mais respeitados da atualidade. Depois de passar 27 anos preso, por combater o regime racista e segregacionista do apartheid, ao assumir a presidência da África do Sul, pelo voto popular, optou por eliminar qualquer resquício de mágoa ou revide, preocupando-se com a reconciliação e a justiça social. Ao responder com o perdão aos seus antigos algozes, mostrou sua força interior, seguindo a lição de Gandhi: “Os fracos nunca podem perdoar.” Tornou-se Mandela, então, um ícone da paz, tão bem reconhecido ao receber o prêmio Nobel da Paz, em 1993.
Por fim, a homenagem dos ingleses a Gandhi tem uma peculiaridade que a torna ainda mais relevante. É que ele foi o líder do movimento que levou a Índia a libertar-se do domínio colonial da Inglaterra. O seu compromisso ético com a não-violência impôs a “força da verdade” e ajudou a promover a paz. Mais tarde, muito mais tarde, Nelson Mandela ia fazer eco à política de Gandhi para afirmar: “Nossa arma mais poderosa, à qual o inimigo jamais poderá resistir é a paz.”
O método revolucionário de Mahatma Gandhi para alcançar a independência política da Índia resumia-se na resistência pacífica e na desobediência civil.
Embora Churchill, Mandela e Gandhi tenham atuado em contextos históricos distintos e com métodos variados, todos compartilharam o mesmo compromisso profundo com a paz e a justiça.
Esse trio de líderes deixou para o futuro exemplos de como a determinação, a liderança e a crença na paz podem definir o curso da história. Suas vidas, seus legados continuam a ressoar como testamentos duradouros da capacidade humana de superar as adversidades e construir um mundo mais justo e pacífico para todos.
Cada um desses líderes nasceu num momento de crise. Esse é um efeito natural das crises: o surgimento de um líder. E hoje, no mundo incerto e cheio de guerras, haverá possibilidade de termos novas lideranças preocupadas com o bem-estar da humanidade, capazes de arrebatar e unir tantas diversidades? Em que lugar, em que estrela, se encontram esses líderes?
Por: Lourival Serejo
Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
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