Não há dúvida de que estamos vivendo, há muito tempo, a era da incerteza. A propagação de notícias falsas está gerando uma sociedade de desconfiança e de mentiras. Na prática, esse estado de alerta doentio leva algumas pessoas a negarem-se em dar esmola a um pedinte supondo que ele está mentindo. Ele não é ele. É alguém fingindo que está precisando, que está doente, que tem filhos ou mãe em casa doente, que está com fome etc.
A sofisticação dos meios de comunicação tornou a manipulação da verdade e da vontade das pessoas uma coisa corriqueira. Você pode estar assistindo televisão, vendo a sequência de propagandas, sem saber que seu cérebro está sendo manipulado sub-liminarmente, em mensagens que passam com uma velocidade imperceptível, mas que ficam retidas no seu cérebro. Então, você forma uma opinião sobre determinado produto ou assunto pensando que o pensamento é originalmente seu.
Uma das maiores vítimas da propagação de práticas fraudulentas são os consumidores que se deixam levar por falsas vantagens, produtos adulterados ou até remédios falsos. E acabam endividando-se incontrolavelmente, acabando no SPC.
Tenho ouvido muitas pessoas, em farmácias, se recusarem a comprar remédios genéricos com receio de que não fazem efeitos. Duvidam da sua autenticidade, com base em casos isolados verificados de venda de remédios falsos.
Os idosos são constantemente vítimas de engodos. A Justiça está abarrotada de processos em que figuram esses vulneráveis como vítimas da ganância de bancos. Às vezes, são enganados por seus familiares (no caso das aposentadorias) e por seus advogados.
No aspecto político, a distorção dos fatos tem efeitos largamente nocivos, formando pessoas que passam a desacreditar nas instituições, nos políticos e no próprio sistema jurídico.
Diante desse quadro presente na sociedade contemporânea, cabe-nos optar por meios positivos de prevenir-se. Há várias posturas fáceis de serem adotadas e que ajudam às pessoas a superarem nessas incertezas e se afirmarem com tranquilidade. Descobrir o sentido da sua vida. Em seguida, desenvolver uma consciência crítica, ou uma consciência da dúvida, sem tornar-se uma pessoa negativa. Basta indagar-se e procurar os porquês das coisas.
Se você vive nas redes sociais, cuidado para não transformar-se num propagador de notícias falsas, de mentiras montadas para gerar o caos na sociedade do ódio, politicamente instalada no Brasil atual. Não passe adiante qualquer notícia sem comprovar a veracidade. Vivemos numa época de excesso de informações. Não há tempo para digerir uma notícia e outras logo surgem. A propósito desse fenômeno, disse o filósofo coreano do momento, Byun-Chul-Han: “A hiperinformação gera precisamente a falta de verdade”.
Para combater e defender-se desse estado generalizado de inverdades será preciso preparar as crianças desde as primeiras lições porque essa matéria será fundamental para enfrentar o futuro que nos espera.
Enquanto isso, cuidemos em atentar para que lado está a verdade e reacender o espírito de confiança no próximo.
Por: Lourival Serejo
Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
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