Meus contatos com dom Belisário fizeram-no incorporar-se à lista das pessoas que me cativaram com facilidade. Sua atenção, cordialidade, humildade, humor, conhecimento e outras virtudes são as marcas da sua personalidade.
Esse sentimento que ele despertou em cada pessoa com quem conviveu o faz sempre presente em nossas lembranças, mesmo estando lá na sua querida Carmópolis, em Minas Gerais.
Agora, em outubro, ao visitar São Luís, aproveitou o evento para lançar o livro Na ilha de Upaon-Açu: doze anos acompanhando a vida da Arquidiocese de São Luís.
Esse livro tem como primeiro aspecto positivo a fixação do tempo em que dom Belisário passou como arcebispo da Arquidiocese de São Luís. Servirá como documento da memória desse período e, mais ainda, um capítulo da história eclesiástica do Maranhão.
O livro de dom Belisário se apresenta perfeito, desde a capa bem elaborada, prestando homenagem aos azulejos de São Luís.
Percebi que, na ficha catalográfica, a classificação do livro foi considerada como “artigos jornalísticos”. Mas, não é isso. Ali estão reunidas as crônicas no melhor estilo de Gustavo Corção e outros notáveis cronistas católicos. A maneira leve, cativante, com que dom Belisário aborda os mais sérios problemas contemporâneos só encontra abrigo no gênero das crônicas.
O livro Na ilha de Upaon-Açu reúne todas as crônicas publicadas por dom Belisário no Jornal do Maranhão, entre 2009 e 2021. Aqui desponta mais um motivo para louvar o nosso arcebispo mineiro: despertar o Jornal do Maranhão, adormecido desde 1971, depois de marcar significativa presença na imprensa maranhense. Essa iniciativa serviu para assinalar os rumos da sua gestão à frente da arquidiocese de São Luís.
No panorama de suas crônicas, encontram-se os temas mais variados, ligados ao tempo histórico em que foram escritas: políticas públicas, evangelização, Amazônia, biodiversidade, eleições, fraternidade, pobreza, fome, história do Maranhão, fake news, a missão profética da Igreja, festejos e romarias, a condição das mulheres na sociedade, agronegócio, desigualdade social, liberdade, os direitos fundamentais e tantos outros temas, sempre correspondentes ao momento das suas publicações.
Pela leitura de suas crônicas, percebe-se ainda que, mesmo com a brandura com que analisa os assuntos, despontam conclusões que atestam sua visão renovadora e atualizada, com opções de enfrentamento e de esperança.
Feliz o sacerdote que sai e, de volta, recebe o mesmo acolhimento que deixara. Fato que só acontece com aqueles que souberam regar os jardins que edificaram nas suas caminhadas evangélicas.
Muito obrigado, dom Belisário, pela obra literária e histórica com que nos presenteou.
Que Deus o abençoe!
Por: Lourival Serejo
Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
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