A antecipação das campanhas eleitorais não é novidade. Ocorre em todas as eleições. Um ano antes, já estão nas ruas, e os candidatos começam a pôr as cabeças de fora. A própria legislação eleitoral já facilita as coisas: faça campanha, mas não diga que é candidato.
Ao contrário das eleições anteriores, algo de novo haverá no reino da Dinamarca nas próximas campanhas: a polarização ideológica entre as esquerdas e a extrema-direita.
Não será possível a neutralidade nesse debate. Por mais ignorante que seja o candidato a prefeito, sua própria postura neutra já será uma decisão. Quem não é contra é a favor.
Poderia se argumentar que muitos candidatos a prefeito confundem esquerda com a condição de canhoto, o que não significará nada para ele, a não ser uma diferença natural. Acontece que os governadores, deputados federais e senadores, que estão no comando político mais alto, todos têm sua posição definida e querem mostrar prestígio e legitimar sua posição ideológica. E todos eles estarão empenhados nesses pleitos municipais, exigindo dos candidatos apoio às suas siglas partidárias.
O resultado dessas eleições das bases será significativo para se fazer um diagnóstico para as eleições de 2022, quando serão eleitos os governadores e o presidente da República. Daí o investimento que fazem os políticos nas eleições municipais para assegurarem seus futuros.
Nas capitais, o discurso de gênero e todas as fobias serão necessariamente desafiadores para os candidatos. Qualquer deslize numa declaração será fatal.
Outro espectro que se apresentará mais forte e decisivo é o uso das redes sociais, com seus fakes e suas polêmicas. Nenhum candidato consegue fazer mais uma campanha política sem o uso das redes sociais. É o apelo às emoções. E a história das eleições mostra que são os apelos emotivos que convencem o eleitorado acrítico, justamente a grande maioria.
Em muitos casos, o ódio que foi destilado na disputa presidencial voltará à tona, alimentado pelo fator ideológico.
Com problemas ou sem problemas, o importante é que hajam eleições. Quanto mais eleições tivermos, mais a democracia sai fortalecida e a sociedade fica consciente da sua responsabilidade pelos destinos políticos dos Municípios, dos Estados e do País.
Por: Lourival Serejo
Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
Saiba mais