Setembro chegou e com ele o alerta para todo cidadão brasileiro de que no próximo mês teremos eleições. Não há, portanto, assunto mais atual e urgente para se refletir.
Diante do desprestígio dos partidos políticos e da falta de credibilidade da classe política, suponho que os candidatos terão dificuldade em eleger os temas para suas falas com força para despertar interesse e simpatia dos eleitores indecisos.
Apelar para a conhecida trilogia de educação, saúde e segurança já não cativa os votantes, porque não conceitos vagos e desacreditados, nem sempre cumpridos com integridade. Será preciso uma alta dose de criatividade para, no curto espaço de tempo disponível no horário eleitoral, dizer alguma coisa que impressione os eleitores.
Em ano eleitoral este ou aquele candidato sempre espera um milagre à Macron ou ao "yes, we can", de Obama. Esquecem de que esse tipo de fenômeno, por ser excepcional, requer muita competência e confiabilidade.
Não obstante esse cenário desanimador, é preciso afastar a mentalidade antipolítica, desistindo de procurar o melhor candidato, a pretexto de não acreditar nos políticos. Sempre haverá alguém que merece ser votado e ser eleito. Por isso a democracia dá oportunidades a todos de apresentarem-se como candidatos.
O número de indecisos apontado nas pesquisas é preocupante, principalmente entre os jovens. Assim foi na eleição passada. O grau de engajamento político dessa faixa etária é pífio. Por outro lado, muitos eleitores adultos ameaçam com abstenção ou com o triste expediente de anular seu voto. Se adotássemos o voto facultativo o desastre seria maior. Para mim, que só me foi permitido votar para presidente aos 39 anos de idade, é sempre um motivo de vibração democrática escolher um novo presidente da República. Nelson Mandela, esse Apóstolo da Paz, cujo centenário de nascimento comemoramos este ano, passou 70 anos sem votar. Ciente do valor do voto, ele declarou: "Manter-se à margens dos acontecimentos, deixar de comparecer às eleições é uma negligência para com um dever democrático". Mesmo depois de morto, dizia ele, despertarei da sepultura para votar.
É tempo de acionar o alarme da democracia para chamar a atenção do eleitor para o risco que corremos em eleger candidatos incompetentes e defensores de programas que implicam em retrocesso diante das conquistas sociais alcançadas até agora. São candidatos que apelam para a emoção, a intolerância e às fobias de todo gênero.
O voto é a arma do eleitor para eliminar candidatos aventureiros, com a ficha moral manchada pela improbidade e pela corrupção. Vivemos numa crise de ética. E toda eleição é um acontecimento que confere ao eleitor a oportunidade de superá-la ao definir novos rumos da moralidade.
Portanto, caro leitor e eleitor, vote. Saia de casa com sua resolução consciente e a certeza de que estará contribuindo para a efetivação da nossa democracia.
Lourival de Jesus Serejo Sousa nasceu na cidade de Viana, Maranhão. Filho de Nozor Lauro Lopes de Sousa e Isabel Serejo Sousa. Formou-se em Direito, em
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